December 31, 2012

Siamese Mess

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Fechando o ano de forma um tanto light (ao menos para os padrões do blog) mas simpática, uma postagem que é quase um flagrante da vida noturna: uma performance realizada numa balada LGBT de Lima, Peru, na qual as performers Carla Montalvo e Eliana Gonzales surgem divinamente algemadas uma a outra numa insinuante dança fetichista. Siamese Mess é uma das criações do artista de gênero peruano Frau Diamanda, na ativa desde 1998. É pena que, depois da entrada da estrela do show, as "siamesas" deixem de lado as algemas, ainda que permaneçam suficiente "grudadas", fiéis ao adorável conceito de siamesas/lésbicas/fetichistas. Enfim, um flagrante de togetherness fetish bastante light, como eu disse, mas belo... merece seu lugar no blog.



Dirección y Concepto: Frau Diamanda
Performers: Carla Montalvo y Eliana Gonzales
Audio: Flagelo Clériga en concierto Yacana 2004
Edición: Miguel Rivero Bcn
+ Frau Diamanda Performance Romeo's Distress cover con Flagelo Clériga

December 22, 2012

Inseparable Libertines

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A partir de uma indicação enviada por um visitante tomei conhecimento do notável trabalho do fotógrafo canadense Libertine Era, especializado em fetiche, bondage e erotismo. As imagens abaixo, selecionadas por seu instigante conteúdo de togetherness fetish, são uma pequena amostra do material disponível no site oficial e no livro que pode ser adquirido aqui. Infelizmente eu não pude identificar todas as modelos que aparecem (o site não discrimina) mas sei que as inseparáveis amantes da primeira foto são as adoráveis Caelyx e Sierras, ambas canadenses.


November 26, 2012

Gramatika - Dance Theatre Performance (ATUALIZAÇÃO)

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ATUALIZAÇÃO: Quando esse post foi criado, em 26/09/2011, o vídeo abaixo era apenas um achado feliz no youtube, sem maiores referências. Agora que consegui descobrir mais a respeito do espetáculo Gramatika, do grupo de dança-teatro croata Trafik (Transitive Fiction Theatre), percebi que o post merecia mais do que um mero adendo, precisava ser inteiramente refeito. O motivo é que a maravilhosa coreografia criada por Magdalena Lupi é uma das mais completas manifestações artísticas do togetherness fetish que eu poderia sonhar em encontrar. Nela as performers e co-autoras Mila Čuljak e Sabina Schwenner transfiguram-se nas irmãs siamesas Emma e Irma, não de uma forma direta, calcada no melodrama, como no espetáculo mexicano desse post, mas sim num processo de exploração profunda das possibilidades expressivas da fusão dos corpos das atrizes-bailarinas, dois corpos tentando existir e expressar-se como um só. Durante toda a duração do espetáculo, Mila e Sabina jamais se separam, permanecendo sempre unidas de diferentes formas, diferentes junções físicas, explorando maneiras de se moverem, de funcionarem, de existiram como uma entidade única e indivisível. O resultado é arrebatador e muito especial para esse blogueiro pois (juntamente com Torn) me remete à experiência mais próxima de realização do togetherness que já tive chance de experimentar pessoalmente, para além de qualquer fantasia. Logo abaixo, um texto da autora dando mais detalhes sobre o espetáculo.



With the performance Gramatika, the Rijeka-based TRAFIK theatre group – which moves the borders between physical theatre, contemporary dance, mime, visual theatre and site specific theatre – remains faithful to its research of the human body and the physicality of identity. In the foreground of the performance are the Gramatica sisters – Emma and Irma – world renowned theatre and film actresses who lived in Rijeka during the first half of the 20th century and who are nowadays lost in oblivion. Two different female performing bodies in one, the Gramatica sisters are siamese twins, physically and psychically united in a single being. The performance doesn't strive to present their biography, but rather an imaginary world which concentrates on the individual in relationship to a ‘different’ body, thus posing the critical question of identity which arises between distinction and sameness – two (conjoined) identical bodies divided into two different personalities. On one hand, two individuals are trying to live in a body – which is an absurd compound of its own single parts – and on the other hand trying to retain the diversity of their character in a single corporality. Their physical distinction simultaneously represents the manner in which their own right of choice and the necessity of their individual independence may be realised. Many a time such an attempt fails, but sometimes it is a common decision for a kind of odd cohabitation. 


Two performers reflect all the similarities and diversities of the duality of one body in the unity of two bodies with their diverse corpus of vocabulary and theatrical presence. The sisters make up the criteria of their stage existence, they animate an intimate language of movement which breaks all the rules. Through their limited yet all-empowering bodies, they also establish a unique system of movement. What type of choreographic code are they creating? And what kind of language of theatre is evolving through this?


Is such a body a ‘mistake’? Siamese twins were once exhibited in circuses as a burlesque attraction. Supported by two musicians and two stage hands, the Gramatica twins chose the stage for their own public (re)presentation, but they were not the only ones so to do. While the musicians create two diverse sonorities and frequencies conjoin into an indivisible musical whole, the stagehands determine the movement and positions in the form of theatre signs. New grammatic content, arriving unexpectedly, lead the Gramatica twins into a dialogue, confrontation, and even conflict with the new situation.
 
Magdalena Lupi


Author: Magdalena Lupi; performers and co-authors: Mila Čuljak, Sabina Schwenner; musicians: Marin Alvir, Robert Merlak; set design: Lara Badurina; light design: Igor Remeta; costume design: Iztok Hrga; with two stagehands as performers 


Co-production (Magdalena Lupi): TRAFIK, Rijeka; Muzeum, Ljubljana
Organisation and production (Dragana Alfirević & Vedran Vučić): City of Women
In collaboration with: City of Women, Bunker/Stara elektrarna

November 21, 2012

Luciela & Rafaela: Claymore

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Meu conhecimento de mangás e animes é muito escasso. Apesar de ter adorado alguns mangás que li (particularmente os clássicos "Lobo Solitário" e "Crying Freeman") meu histórico com HQs sempre foi mais voltado para o ocidente, assim eu tenho grande dificuldade em separar o joio do trigo e achar "portas de entrada" no mundo dos mangás, coisa que tiro de letra no mundo dos comics. Assim, embora tenha topado com as imagens abaixo várias vezes na internet, demorou até eu conseguir entender minimamente do que se tratava. Quem me ajudou nisso foi a visitante Lívia A.que esclareceu as coisas ao me sugerir como pauta a história de Luciela e Rafaela, personagens do mangá Claymore. Não vou nem tentar explicar o plot desse mangá pois fiquei totalmente perdido ao ler os resumos, mas o que importa aqui é que essas guerreiras gêmeas (que, como manda a tradição dramatúrgica, possuem algum tipo de ligação místico/mental/física) acabam fundidas uma a outra num estado de animação suspensa no qual compartilham a mente e os sonhos. Não consegui entender muito bem o motivo (quem sabe a Lívia A. ou outrx fã não se anima a explicar nos comentários, né?) mas o que importa é que além de render uma série de imagens visualmente interessantes e exóticas, a união delas é permamente, levando-as a evoluir para a forma de uma única e poderosíssima entidade abissal... e, de quebra, ganham um lugar de destaque nesse blog.


Togetherness Bondage

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Por uma série de motivos acabei ficando um bom tempo sem mexer no blog. Pra me redimir resolvi emendar dois posts no mesmo dia, e do tipo bem "recheados". Nesse post em particular a idéia era fazer uma espécie de coletânea de material variado unindo o bondage ao togetheness (algo que, se você leu o sobre mim, já sabe que é mais raro do que se imagina). Essas fotos são "filhas únicas", pinçadas de tumblrs, de álbuns cuja temática não era togetherness e até de sites pornográficos. De fato, são todas trabalhos de pornografia, mas que se destacam pela beleza, inventividade e estilo, elementos que infelizmente tendem a faltar na pornografia abundante na rede. Aquelas que eu consegui garimpar a autoria estão identificadas, as demais entram na categoria dos saborosos mistérios da internet. Escolham suas favoritas... eu tenho as minhas ;)

two title by raphaelclass
Bondage Chain by JCHardtied
                    Togetherness by ~dragoninlondon
intertwined by mordsithcara

October 18, 2012

Ata-me!

9 comments:
Essa é uma postagem muito especial para esse blog: a primeira na qual a temática do togetherness surge expressa na forma de literatura. O belíssimo conto "Ata-me!" é uma cortesia da escritora e blogueira oh-baby-coffee! que, recentemente, tornou-se não apenas uma visitante assídua e apaixonada em seus comentários (colocando minha vaidadezinha na estratosfera) como também uma interlocutora instigante para acalorados (e nada superficiais) debates sobre o fetichismo e seus desdobramentos. O conto e a imagem criada em simbiose com o mesmo pela designer Marcella Galvão, formam uma pérola da mais doce e necessária melancolia. Agradeço com carinho às autoras pela oportunidade de reproduzir tal beleza no meu pequeno espaço.


Ata-me!
por oh-baby-coffee!
Imagem: Marcella Galvão 

{ Ficção inspirada nela. Ou um conto, o meu segundo. }
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As cordas vieram aos poucos, como fios de cabelo branco que vêm com o passar dos anos – só que estas, imperceptíveis aos outros, vinham de dentro. De dentro dela. Ela, que não era velha, pelo contrário: era apenas uma garota. Em seus 21 anos, metida com design. Mas uma a uma, as cordas lhe preencheram o interior. Como se fosse natural, alguma inevitabilidade biológica. E desde então, quando andava por aí, elas flutuavam – sem escolha – ao seu redor. Eram invisíveis, milhares delas. Só a menina as percebia, mas não conseguia livrar-se...

...estavam presas, por uma das extremidades, às paredes do seu interior. Enquanto isso, a ponta oposta pairava do lado de fora, solta no ar. Se chegassem perto o suficiente, mesmo sem que a menina o quisesse, as suas cordas tocavam os corpos dos passantes. Não esbarravam, não eram sentidas. Sequer faziam cócegas – apenas encostavam as suas pontas neles, suaves, e aí os deixavam passar, calçada adiante. Escorregavam por aí, pelos outros, totalmente transparentes e transgressíveis, quase inexistentes.

Por dentro, no entanto, elas lhe cutucavam. Como pequenos transes, às vezes intensos, em pontos bastante específicos das suas paredes internas. Na base da corda. Ahh! Preferiria levar um choque a sentir, um atrás do outro, tais transes invisíveis em sua cabeça. Imprevisíveis, pareciam apenas piorar com o passar do tempo. E foi então que ela começou a sentir uma necessidade estranha; uma vontade irremediável, e esquisita, de amarrá-las. As suas cordas. Porque elas, assim tão soltas, lhe incomodavam. As trombadas, por sua vez, ficavam cada vez mais fora de seu controle. Os vai-e-véns incessantes afetavam-na de todos os lados. 

Por vezes, em agonia, acreditava cegamente que a única solução era não deixar que se aproximassem. Ninguém, nunca mais. Ficar sozinha evitaria os seus transes interiores, claro; mas sentiria falta das pessoas. Ela sabia. E voltava, então, às mesmas calçadas lotadas. Todo dia. Retornava cheia de pontas soltas às baladas, às ruas de São Paulo. E se deixava levar, em transe constante, mas incômoda. Completamente desatada. 

Até que conheceu uma garota, uma garota capaz de pressentir cada uma das suas cordas. De vê-las como ninguém nunca as viu. E aquilo lhe encheu, de repente, de um desespero cheio de novas inseguranças. A garota atiçava-as, todas elas, e ao mesmo tempo. De alguma forma podia sentir, desgraçada, sob os dedos a uma distância próxima, a eletricidade que emanava das suas pontas ultrasensíveis. Indução eletrostática¹. Aproximou-os mais. Pois gostava de senti-la assim, carregada de uma energia nunca antes disparada. Como as cordas tensionadas de um instrumento, esperando para liberar sons díspares e estridentes. 

Deliberadamente, então, passou a mão por entre aquele emaranhado invisível; percorreu-o como que por mera casualidade, tocando todas elas de uma só vez. Desta, de propósito. E a menina entrou em transe exponencial, com uma intensidade abrupta, inevitável, perdendo o fôlego. Era quase dolorido, senti-las densas, vibrando com o passar de dedos alheios. Aí a garota enrolou-as sinuosamente no punho, forçando-as juntas, curvilíneas; depois deu mais uma volta ao redor da sua palma macia – a garota em transe sentia as suas cordas esbarrarem contra a pele da outra, e umas nas outras, e todas ao mesmo tempo – e então fechou a mão, apertou os dedos, segurando-as forte, para si. Todas as teclas de um piano pressionadas de uma só vez, o timbre a ensurdecia. Esticaram-se, tensionaram-se. Tendendo para a sua direção. E a menina foi tomada por um sentimento violento que se expandia, arrebentava todas as suas barreiras de repente frágeis. Sentiu o seu coração acelerar ao máximo e aí parar. [Tum!] 

Por um instante... completamente inebriada.

E quando soltou, as suas cordas restavam frouxas, corroídas. Desgastadas pela descarga de energia. Arruinadas para sempre. Viciadas na eletricidade irrequieta que a outra garota disparava nela. Passava os dias agora contando as horas, ansiando por instantes como aquele, convulsivos. As suas cordas já não incomodavam mais ao esbarrar, moles e sem vida, pelos outros na calçada. Não – o incômodo agora era outro. Profundo, denso, cerda por cerda de uma saudade doída, horrível. Ao mesmo tempo, porém, repudiava-a. Com toda a sua força. Recusava-a toda vez, segundos antes de se encontrarem; relutava consigo. Pois temia, de um jeito realmente aterrorizante, um dia não ser capaz de suportar. As suas cordas vibravam, estrondeadas, em absoluto frenesi. E ela, a garota, a tocava completamente consciente do delírio que lhe causava. 

Tentou, tentou de tudo. Lutava contra. E os seus encontros se tornavam cada vez mais como choques, choques mútuos – enquanto, na verdade, debatia consigo mesma. Aí perdia a cabeça, ganhava hematomas e roxos bonitos, admiráveis. Certa vez, até, amarrou-a à flor da pele; as pontas das suas cordas envolveram os pulsos da outra, firmes, e amarram-na violentamente contra a cama. Prendeu-a pela cintura, determinada, apertou as amarras nas suas coxas, atou seus joelhos; sentia um desespero em não deixá-la ir, não deixá-la soltar de si. Porque uma vez que o contato, a tensão entre elas, se cessava; ela afrouxava. E aí sentia-se mais uma vez desgasta, corroída. As suas cordas arrastavam-se pelo chão; caíam largadas pelos cantos, moles.  

Queria se livrar daquela inconstância, da distância entre elas – ou, ao menos, da percepção agonizante que tinha da mesma. Esperou encontrá-la mais uma vez e aí engoliu o seu orgulho, lhe implorou. Implorou e implorou, no seu ouvido, em transe absoluto; sentia as suas cordas frenéticas, à mercê das mãos cerradas da garota, enlaçando-as. Ata-me! As lágrimas escorriam dos seus olhos, desesperadas. Pois, hoje, ela não seria capaz de suportar. O seu peito começava a doer de uma plenitude extravasada. Ata-me a você ou arranca-as de mim! Arranca-as! (...) A outra garota puxou-as subitamente com as mãos, na sua direção. E as cordas invadiram o seu peito intacto, por vontade própria, dilaceraram a sua carne, a perfuraram cada vez mais fundo, intrometidas. 

Transgrediram-na, sem que o esperasse. E envolveram o órgão bruto, atrevido que pulsava involuntariamente dentro dela, entre os seus músculos e sangue; mantendo-a viva. Apertaram-no, cada vez mais e mais, sufocando o seu redor. Mas não morreu, não ia ceder tão fácil; apenas perdeu uma batida ou duas. O fôlego. Até voltar, com toda a força – numa transe mútua e acelerada, absurda. Numa sinergia violenta, invasiva. Não conseguiria mais se livrar e nem o queria. Por mais longe que fosse; por mais que tentasse, em carne viva, se desatar da menina das cordas... agora, ela era sua.
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¹Chama-se de “indução eletrostática” o fenômeno no qual um condutor se eletriza pela simples aproximação de um outro já eletrizado.

October 9, 2012

Self as Shellfish

3 comments:
Mais uma bela variação do inesgotável tema das irmãs siamesas, dessa vez no traço forte e expressivo do artista americano Vin Ganapathy. Encontrada originalmente no site Indiesart.com.


September 22, 2012

Maid and Mademoiselle

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Retomando a série de irônicos conjoinments de pessoas opostas e incompatíveis do artista francês especializado em mangá, Gamera, temos aqui uma divertida ilustração criada para um conto, escrito em 2008, que narra a história da empregada Odette, que para salvar a vida de sua patroa, a fútil e mimada Thérèse Renée de Walbourge, acaba aceitando fundir-se fisicamente a ela. Entretanto, mesmo unidas para sempre num mesmo corpo, as duas insistem em manter seus papéis como senhora e empregada. Quem se interessar pode ler o conto aqui.

Being a maid can be quite a hassle, especially when your mistress is Thérèse Renée de Walbourge, a spoiled noble heiress. But Odette will follow her, no matter what!

September 20, 2012

Marc Jacobs Spring Summer

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E aqui vamos nós com mais uma postagem de togetherness no mundo fashion. Dessa vez com o curioso trabalho da artista canadense Clover Chen: uma simpática série de ilustrações de moda para modelos siamesas. Uma ideia insólita executada com grande maestria. Gosto particularmente das modelos interraciais. Em breve nas passarelas? ;)


September 16, 2012

Now You Girls Look More Natural

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Como já expliquei tanto no texto de apresentação do blog, quanto nesse post, existe uma diferença significativa de foco de interesse entre o togetherness e o bondage, o que explica porque imagens bondagistas são tão raras por aqui. Mas de vez em quando algo muito adorável aparece, como essas belas e desconhecidas modelos vintage curtindo na marra um estado de união física extrema (com direito a um generoso footsie em destaque). Merecem toda consideração e espaço. Foto encontrada perdida no tumblr.


September 5, 2012

Xifópagas Capilares Entre Nós

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O artista plástico Tunga é uma das personalidades mais influentes no cenário da arte conceitual brasileira, com uma trajetória que se confunde com a própria história da arte no país. Entre as suas inúmeras e auto-referentes obras destaca-se a clássica Xifópagas Capilares Entre Nós, trabalho que mesmo quem não se interessa por togetherness mas tem um conhecimento básico de arte contemporânea já deve ter ouvido falar. Misto de performance e instalação, a obra já teve inúmeras releituras, tanto do próprio Tunga quanto de outros artistas, mas essencialmente trata-se da presença na galeria de duas (as vezes mais) modelos unidas pelos cabelos. Não tentarei comentar os signos e significados da obra ou qualquer avaliação crítica, pois não é minha competência e tem muito material a respeito pela internet afora (destaco esse artigo da revista Piauí sobre a obra em geral de Tunga), mas do ponto de vista do togetherness fetish é claro que é uma imagem que merece destaque. É curioso como a impossibilidade biológico/física da existência de "siamesas unidas pelos cabelos" (ainda mais "xifópagas") e a fragilidade dessa condição (que poderia ser desfeita, sem dor ou trauma, com uma mera tesoura) atuam como potencializadores da fantasia, de sua ressonância simbólica. Insinua uma união que transcende o físico e o concreto: as gêmeas como uma entidade única, como algo que só existe e ganha sentido na própria união. Uma beleza que constrange, fascina, repugna e arrebata. Abaixo, algumas fotos clássicas das primeiras apresentações nos anos 80, seguidas pelo curta metragem dirigido por Evandro Salles e uma sequencia de fotos de uma das variações mais recente da obra.




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