Sim, é claro que eu não poderia deixar de falar de Together (2025). Independente de gostar ou não. E gostei! Gostei mesmo, o que admito que não esperava. Acho que me acostumei a não esperar demais de obras mainstream que envolvem de alguma forma o togetherness, mas Together de fato é um filme de terror bem bacana. Não perfeito, tem umas coisinhas esquisitas que me parecem sabotar um pouco a proposta. Tipo, achei estranha a demora pra que a garota começasse a sentir os efeitos da tal água misteriosa, algo que o rapaz já sentiu de imediato. Isso causa um desequilibro entre eles que não achei que fosse intencional, levando em conta o rumo que as coisas tomam no fim. Mas ok, talvez dê pra se debitar isso na conta da inexperiência do diretor. O que importa é que, na maior parte do tempo, o filme funciona, mesmo com uma premissa que imagino que deve soar absurda para pessoas "normais", que não tem tesão pela ideia de se fundir com a pessoa amada.😁 Significa que o filme é perfeito para um adepto de togetherness fetish? Mais ou menos. Confesso que, levando em conta à ideia, eu esperava que os dois ficassem "juntos" por muito mais tempo do que o filme de fato entrega (e de maneiras mais variadas e criativas, se é que me entendem), e o desfecho, devo admitir, não é a minha concepção de togetherness mais ideal. Dando um spoiler aqui, duas pessoas que se tornam uma, pra mim dá a volta e retorna à individualidade, entendem? Tipo, eles ainda são dois? Duas pessoas unidas num só corpo? Pra mim, o ideal de togetherness é duas pessoas completas, dois corpos unidos, duas subjetividades, conectadas e impossibilitadas de se separar (por isso que detesto tanto as mulheres de duas cabeças que infestam o deviantart, imagina então virar um corpo só!). Mas ok, a proposta de Together é outra, e como cinema tá tudo certo. Minha proposta eu já realizei na minha própria novela, Uma - Um Conto de Fantasia Fetichista (que, aliás, também usa o mito da androginia, no sentido de duas entidades unidas, como atalho narrativo), e quem sou eu para questionar os fetiches dos outros, como o do casal na vida real (e produtores do filme!) Alison Brie e Dave Franco. Eles que sabiam o que queriam com tudo isso, e tomara que sigam felizes... juntos (embora o meu lado cínico me faça esperar o anúncio do divórcio a qualquer momento😏). De minha parte, fico aqui na espera de uma continuação (ou ripoff erótico) com um casal lésbico. Sonhar não custa, não é?😉








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