INTRODUÇÃO E GÊNESE DA HISTÓRIA
(e uma breve explicação sobre o retorno do blog)
Olá, crianças. Ainda estão por aí?
Faz muito anos que dei esse blog por encerrado e, sinceramente, nunca achei que fosse retoma-lo.
Tinha até um pouco de vergonha, na real. Não pelo fetiche, quanto a isso o tempo e a idade só me deixaram mais tranquilo e bem resolvido, mas pela forma um tanto boba com que eu me expressava, e pela curadoria, cheia de material que, hoje em dia, eu apagaria sem pensar duas vezes.
Não que eu vá apagar. Pro bem ou pro mal, esse blog tem uma história. Até hoje é referenciado nos rolês fetichistas pela internet afora, onde a galera ainda se pergunta que fim levou o curador (sem suspeitar que eu continuo bem ali, atento e anônimo, como me convém).
E, no fim, o que me trouxe de volta foi algo que me pegou completamente de surpresa. Tive que aprender a lidar com o Chat GPT por razões de trabalho. E, como não podia deixar de ser, não demorou pra que eu começasse a brincar com ele, vendo se dava pra gerar uma ou outra historinha sobre togetherness fetish.
O resultado foi pífio, claro, como tudo o que o Chat GPT faz, no que se refere à criação artística. Mas achei divertido ficar refinando os prompts até encurralar o pobre diabo e obriga-lo a gerar personagens que não apenas queriam ficar presas umas nas outras, como ainda se sentiam realizadas ao fazê-lo. Dava pra sentir o cheiro de fumaça toda vez que eu conseguia barrar as tentativas do algoritmo de forçar o enredo a um "final feliz" e moralista, onde as personagens "superavam" suas obsessões e aprendiam a se relacionar de uma forma mais "saudável", consensual e individualista.😴
Ainda assim, não ia demorar pra que eu enjoasse daqueles textinhos simplórios e pseudoliterários, se eu não tivesse me pego pensando cada vez mais nas personagens e nas situações. Matutando formas de torna-las, se não críveis, ao menos mais consistentes, mais coloridas. Comecei a imaginar conexões entre os cenários que talvez pudessem justificar os elementos mais flagrantemente absurdos do enredo, e soluções estilísticas e dramatúrgicas que dariam ao menos uma sensação de verossimilhança onde, na realidade, nem teria como haver nenhuma.
No fim, quando me dei conta, estava de fato escrevendo! De início a partir dos trechos mais toleráveis gerados pelo chat, mas não demorou pra que eu abandonasse tudo aquilo e seguisse adiante por conta própria. Me espantava a facilidade com que um elemento puxava outro e como os diálogos me vinham na cabeça de forma clara e espirituosa. Quando percebi, a coisa toda já não era mais uma brincadeira, e vi que não teria escolha se não levar aquilo até o fim. As personagens, mesmo as coadjuvantes criadas apenas para resolver os problemas de enredo, ganhavam vida própria e impunham as suas vontades, me fazendo entender que eu tinha uma responsabilidade para com elas. A história simplesmente queria se contar, por mais absurda, ridícula e sem noção que fosse. Era o mundo das minhas personagens, o mundo que elas queriam para elas. Eu não podia deixa-las na mão.😌
Quando cheguei ao fim, não havia mais nenhuma palavra sequer gerada pela chat. Exceto pelos nomes das personagens. Eu até tinha pensado em trocar, quando terminasse, por me soarem um tanto, sei lá, "artificialmente gerados". Mas percebi que não dava mais. Elas tinham se tornado reais demais pra mim. Eram os nomes delas. Não tinha como mexer.💖
Enfim, lá estava. Pronto, extenso e completo. Não um conto (ainda que eu continue a chamar assim, por uma questão de comedimento), mas uma verdadeira novela sobre togetherness fetish, como eu nunca havia sonhado escrever na vida! E agora eu precisava fazer alguma coisa com ela, não é? E o que mais poderia ser senão posta-la aqui, no meu velho blog, onde ao menos teria a chance de encontrar o tipo certo de audiência, disposta a entrar no peculiar espírito da obra?
E já que voltei aqui, resolvi tirar as teias de aranha, jogar fora algumas tralhas e dar uma sobrevida ao velho bloguinho, que nunca deixou de ser divertido na época que estava na ativa. Novas postagens já estão saindo, pra chamar um pouco a atenção de quem, porventura, ainda estivesse de olho nele. E até abri uma conta no bluesky, que espero que não seja tão pudico quanto a maioria das redes sociais.
Espero, sinceramente, que vocês gostem de "Uma - Um Conto de Fantasia Fetichista". É um trabalho muito pessoal, que, de um modo ou de outro, revela bem mais sobre mim do que qualquer outra coisa que já escrevi na vida (e olha que já escrevi muito). Cheguei a pensar se não deveria abrir mão do pudor (e do cuidado) e abrir o jogo. Postar com o meu nome verdadeiro e assumir de vez o lado fetichista da minha vida, pra todo mundo ver. Acredito realmente que a história é boa o bastante para justificar esse tipo de risco. Mas não, vamos com calma. Quem sabe mais pra frente, dependendo de como forem as repercussões (se é que haverá alguma). Por hora continuo a ser apenas Anima Orlando, que ficaria feliz em receber impressões, comentários e e-mails sobre a aventura maluca de Astrid e Valentina. Ou até, quem sabe, ilustrações que artistas e fetichistas por aí tenham vontade de fazer a respeito delas. Prometo que as colocarei para ilustrar a postagem (se me agradarem, claro, afinal tenho que zelar pela reputação das minhas meninas).
É isso. Cliquem no link abaixo... e colem lá.😘
Um Conto de Fantasia Fetichista
por Anima Orlando
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